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RAZÃO DE SER

 
RAZÃO DE SER

Da folhinha incógnita do jardim
Que caprichoso arbusto esconde
Á insinuante rosa carmesim
Que emerge da folhagem junto à fonte

Do riacho alegre saltitante
Nascido das entranhas lá da serra
Ao sereno rio que coleante
Abraça os montes da minha terra

Da avezinha nervosa e inconstante
Que baloiça na haste da giesta
Ao tigre opulento que, hiante
Revolve a indómita floresta

Da manhã de Sol resplendente
Inspiradora de galante rouxinol
À tarde invernosa e inclemente
- Dos elementos em fúria, quais forças do mal

Da noite de tormenta impiedosa
Das leis da natureza ditadora
À noite de luar, esplendorosa,
E de romântico paraíso promissora

Do inseguro olhar duma criança
Tacteando os primórdios duma vida
Ao velhinho trémulo que alcança
O limiar da hora da Despedida

-Num fulgurante rosto de mulher
-Nuns lábios que ardem de desejo
-No desabrochar do botão em flor
-Nuns olhos que devoram de querer
-Num Deus que se adora sem se ver

-Aí a razão deste meu Ser
Por que aí a Vida – aí eu sei o amor

Antónius


(Março de 1983)



 
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luciusantonius
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/06/2009 10:14  Atualizado: 07/06/2009 10:14
 Re: RAZÃO DE SER
Amigo Antónius...Viajei nesse poetar...Nele me encontrei tal qual a rosa...A avezinha...A criança e o velhinho...
Mas muito mais na mulher!

Belo o seu poetar amigo!
Parabens!
Beijos carinhosos!

Agradeço sua visita e comentário...Foi doce e suave!
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