Quando o encanto se fez dor;
E a ferida abriu-se em rosa;
Recolhi meus poucos ganhos;
E atravessei a sua porta.
Mesmo mudo você sorriu;
Como se não houvesse segredo.
Tua certeza lhe garantiu;
Que a solidão me daria medo.
Pobre orgulho, não acreditou;
E até mesmo a cama preparou.
E à espera pela minha volta;
Pretensioso - trancaste a porta;
Para meus gritos escutar;
Lhe implorando para entrar.
Hoje sentado tu esperas
Sobre a cama revirada;
Pois na ânsia se desespera;
Pelas dúvidas espalhadas.
Quando o amor se fez doente
E o descaso – saliente;
Aceitei a minha sorte
Dando ao amor a sua morte.
E as lágrimas que já foram minhas;
Agora brotam do teu olhar
Ao ouvir a porta ranger sozinha;
Sempre a mesma ladainha;
Me pedindo para voltar.
Se dediquei um poema ao homem que amo...não faria o descaso de não dedicar algo a quem amei.