Porque cobras vida
Se me renegas para segundo plano
Perdeste-te numa entrega remexida em socalcos
De uma terra, parca de tudo, em sangue
Vida que há muito deixou de acreditar
Nas águas paradas de desejos esvaziados
E depois cobras quando tento fazer-me ouvir
Como quem se agarra a corda prestes a quebrar
Talvez por nada mais me restar
Quem sabe por ainda acreditar
Sabes vida
Começo a questionar
Se vale ou não vale a pena, esperar
Que um dia acordes e repares que me entrego de alma nua
Que o pouco me basta, apenas me quero sentir tua
E depois vida
Começam a aparecer nuvens de incerteza
Neste horizonte limitado a que me renegaste
Sempre na espera, que me queiras, que me vejas
Que me ouças e desejes, será que nada mais existe
E se eu sair por aí de peito aberto alma nas mãos
Será que não encontro outra vida
Que tal como eu te questione
Uma vida em contra mão
Correndo veloz sem amarras nem correntes
Um vida que me faça ver-te como gente
Já pensaste em deixar de cobrar à vida
Antónia Ruivo
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...