Quantas vezes nos dizemos sem velas desfraldadas!
Há velas tufadas
De pressentimentos
Nada avulsos
Que se dão devagar
Como quem diz
O carinho que deu
O afecto apenas cavado
Há disparidades
Não arrojadas
Mas feitas azul
Para que floresça
O que de bom
Em nós existe
Ou que inventamos
Nas palavras acendidas
Que de nós dizem o logro
Há mulheres acendendo
Na angústia de não serem
E homens durando
Como antecâmaras
Encobertas e inertes
Umas e outros
Carpindo em si
As mágoas herdadas
De escuro cobertas
Somos comerciais
Do descartável
Feito peça única
Como se só fôssemos
Demorados e profusos
Na mente exclusiva
Dos que avariaram
Todas as saudades
Para poderem sucumbir
Sem receio da perda