A UMBIGADA não é essencialmente uma dança na acepção restrita do termo. Embora seus praticantes a considerem como modalidade, ela faz parte de uma característica dentro dos ritmos e rituais do Batuque e do Jongo. Pode-se, assim, denominá-la sub-ritmo.
Tanto o Batuque como o Jongo são originários das antigas nações africanas como Cabinda, Daomé, e reino de Oió, hoje conhecidos como Angola, Benin e Nigéria. Os ritmos e os rituais que caracterizam a UMBIGADA foram introduzidos no Brasil pelos bantus sequestrados na vasta nação afro e forçados a servir como escravos em terras brasis.
A UMBIGADA, que é praticada dentro das rodas de Semba, Batuque ou Jongo teve forte manifestação em todo o Brasil, mais acentuadamente nos séculos XVIII, XIX até o início do sec. XX. Mas foi no estado de São Paulo, às margens do Rio Tietê, que alcançou uma importância célebre.
Nas rodas de Jongo ou Batuque os casais se vestem de branco, colocam sobre a cabeça um turbante e dançam vibrantemente ao som de tambores, atabaques, berimbau e viola. Formam fileiras, de um lado homens, do outro mulheres e com gestos sensuais se aproximam até encostarem os umbigos mutuamente.
É importante ressaltar que as festas de Jongo e Batuque das margens do Tietê foram perseguidas pela repressão do governo federal na década de 1930 e por algum período subsequente. O argumento da perseguição era que a prática da Umbigada era uma afronta à moral do povo brasileiro. A repressão foi mais marcante em Pirapora do Bom Jesus e Piracicaba, ambas em São Paulo.
No entanto, ainda hoje se pratica a dança a qual foi restaurada como parte da cultura Brasileira.
JOEL DE SÁ
29/05/2009.