Urubu, que voa, que passa
Não é nenhuma ameaça
Não caça, nem traz desgraça
Seu banquete é de carcaça
Nem imagina o quanto a garça
Sendo ela uma devassa
Aprecia o voo da raça
Que não cala na mordaça
Tua cor negra não é falsa
Com a mentira faz pirraça
O teu canto em arruaça
Denuncia toda trapaça
E em linhas cheias de graça
Enrijece no outro a couraça
Assola o medo da massa
Engaiolado na vidraça
Como pode a bela garça
No destino da vida que traça
Não brindar desse vinho na taça
Ao te ver voar sobre a praça?
Ela