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A adorada embaixatriz

 
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E se as paixões assim da carne
são aquelas que agora recuso
E quando te vejo, soa o alarme
do corpo que se observa, difuso

Espelho as almas que renego
São aquelas que desejo
Estou parado e assim espero
aquilo que não prevejo

Mas a chama vai-se apagando
Percorre os rumos da mente
da razão que proclamando
da paixão idílica, descrente

Oiço as mundanas conversas
de futebol a afins
Escrevo calmo sem pressas
receitas de pudins

Estranho o que escrevo
e por vezes estranho o que sinto
Estranho o que elevo
Estranho-me a mim quando minto

O espelho que reflecte a alma inclinada
É a luz que renega a rectidão
Vejo-me com uma paixão desregrada
Seguida de dor e solidão

Anseio a calma que perscruto
Desejo aquilo que renego
Vejo-te em muitos anos, de luto
Um grande esforço, por ti emprego

És a calma no desejo
És o espírito que apazigua
A diplomata do ensejo
o equinócio da minha lua

És o astro que procuro
És a orbita que quero percorrer
É com gravidade que aqui juro
A atracção indolor, sem doer


João Pimentel Ferreira

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Domine, scribens me libero



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João Filipe Pimentel
 
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jlpf
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 28/05/2009 20:47  Atualizado: 28/05/2009 20:47
 Re: A adorada embaixatriz
Sem fôlego!
Absolutamente lindo!
Texto que vale a pena ser lido e mais uma vez escrevo: é um transporte.
Com redundância, parabéns!