Prosas Poéticas : 

Por enquanto

 
Fugiste por entre os meus dedos
Como uma brisa fina e fria.
Sinto-te confusa, cheia de medos.
Não quero estar assim,
Perdido neste caminho sem fim.
Parece que te perco, meu amor
Que loucura esta, tornada dor.
Tento resolver a minha cabeça,
Na curva de mais uma hora.
Nem consigo chorar.
Os meus olhos secaram...
Estarei a ficar resolvido?
As tuas incertezas tornam-se minhas.
Atrasam o meu pensamento.
Tornam-me fraco. Tremo por dentro.
Sou, efectivamente, menos eu.
Sou menos tudo. Solto do teu amor.
Desprovido.
Porquê?
Porque me desassossegas e
Me tiras o sono nestas noites quentes?
Estou sozinho.
Acabei de fumar mais um cigarro,
Preocupado com o bater desatinado do meu coração.
Por amor, estou quase morto.
Moribundo neste sofá laranja,
Que me enfeita a sala e onde, agora, me sento.
Continuo sozinho.
Sei que estás aí. Algures.
Sê resoluta. Não me prendas neste fio.
Amadurece. Sente.
Acredita. Pensa.
Sê um pouco mais introspectiva.
A minha morada é a mesma.
Quando quiseres vem.
Estou aqui!
Por enquanto...

28 de Maio de 2009





© Gonçalo Lobo Pinheiro

 
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glp
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Enviado por Tópico
(re)velata
Publicado: 28/05/2009 11:10  Atualizado: 28/05/2009 11:10
Membro de honra
Usuário desde: 23/02/2009
Localidade: Lagos
Mensagens: 2214
 Re: Por enquanto
Gostei imenso do modo simples como transmites neste poema um turbilhão de emoções, entre a lucidez e a obscuridade.

Parabéns sinceros!

Um beijo

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 28/05/2009 11:20  Atualizado: 28/05/2009 11:20
 Re: Por enquanto
Que ciclone de sentimrentos tão sentidos.
Um verdadeiro tornado,
tornado poema.

Parabéns,

Abraço,

Paulo Galvao

Enviado por Tópico
AnaCoelho
Publicado: 28/05/2009 12:50  Atualizado: 28/05/2009 12:50
Membro de honra
Usuário desde: 09/05/2008
Localidade: Carregado-Alenquer
Mensagens: 11254
 Re: Por enquanto
Uma mistura de sentimentos em ebolição que forma este poema num bom momento.

Beijos