No regresso sem regresso
o vento
o tempo
o silêncio
Há nas palavras sentidas
um quid amargo na vida
que não concebemos
o momento único
infalível
das opções
torce-se em trejeitos
na euforia
que não regressa.
Foi fugaz a passagem
apodrecida nos cansaços
de dores incontidas
espalharei ao vento
a minha voz
acordarei o silêncio
a morte
as emoções
para que vejam
que um dia
por muitos dias
o sol brilhou
e se pôs na tertúlia
efémera
de um cometa
sem cauda