CAMINHANDO<
(Jairo Nunes Bezerra)
Mais uma vez a noite escurece e a chuva cai,
E pela calçada sigo solitário e molhado...
E a única visão é da água que se esvai,
Correndo célere para o esgoto impregnado!
E à proporção que a chuva nele mergulha,
É ouvido um som agudo, um triste chiado...
E o buraco absorvendo toda água com gula,
Torna-se um depósito no solo enraizado!
E eu o tristonho poeta continuo apressado,
Já bastante estressado,
Seguindo pela escura noite sem destino!
E meus pensamentos vagueiam pelo espaço,
Com lembrança de teus afagos,
O que me deixa inebriado, quase sem tino!