Um vento suave,
Sopra sobre a fria terra,
Que encobre,
Os restos, do muito que foi teu...
Sobre o silêncio da tua sepultura,
Flores eternas,
Vão-se todas desfolhadas!
E desalentas!...E mortas como eu...
E aquela dor!...Aquela tristeza,
Que vi nos olhos teus!
Zombam na eternidade,
Da catacumba, os sonhos meus!
E perdidos, os sonhos passados,
Nos meus sonhos se vão!
E assim, vão-se todos enterrados,
No sepulcro desses fados,
Que me tem por solidão!
E sempre, e mais, e tanto!
No desvario dos sonhos meus,
Eu vejo passar o encanto,
Que passou nos sonhos teus!
E passam muito chamando!
E chamando em noites sem fim,
Vão-se todos zombando!
Zombando de mim!
E passam sombrios e tristonhos!
E num tão desvairado frenesi,
Riem como loucos dos sonhos!
E não me deixam dormir...
E ecoam do jazigo, teus sonhos!
E muito se abrem todos assim!
São como pesadelos medonhos,
Que riem, e zombam de mim...
(® tanatus – 27/12/2002)