Paulo Gondim
CRIATURAS
Paulo gondim
23/05/2009
A fuga se deu
De forma tão brusca
Num sol que ofusca
E assim logo sai
Um salto no escuro
Num gesto inseguro
Um corpo que cai
E cai entre trevas
Profundas, escuras
E tais criaturas
Do nada aprecem
Tão feias, tão frias
Em suas orgias
O chão estremecem
Reviram baús
Saltitam nos bancos
Alguns solavancos
Permitem se dar
E como mutantes
Em gestos constantes
Se põem a olhar
E assim de repente
Se mostram caladas
Inertes, paradas
Em transmutação
E num reboliço
Em tom de feitiço
Se põem em ação
Dão mil piruetas
Em gestos velozes
Num som de mil vozes
E somem no ar
Dispersas, aos gritos
Um cheiro esquisito
Ficou no lugar