Poemas : 

Flores do Mal (3)

 
O apego apaixonado dos meus olhos ao inócuo
O óbvio repetidamente novo das paredes
O queixume noturno das horas semi-mortas
A tola alegria da luz no queimar da última vela
O meu descansar no outro, enquanto uma guerra presumida
O hábito egoísta e cego de quatros mãos sempre fechadas
A falsa gratuidade dos meus momentos mais caros
O anti-prêmio risível e cumulativo da solidão que inventa-me
O desperdiçar detalhes do artista quando outra vez anônimo
O inquietar-me na aventura íngreme de quaisquer lembranças
E essas tulipas estampadas no lençol,
como as odeio!

 
Autor
Amora
Autor
 
Texto
Data
Leituras
861
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 23/05/2009 21:14  Atualizado: 23/05/2009 21:14
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11099
 Re: Flores do Mal (3)
Dorinha,
O quanto doem as marcas da solidão.
A tua poesia encanta-me.
Beijinhos na alma
Nanda