Tão frio, tão escuro era o sótão da minha casa.
Repleto de livros e teias.
Os primeiros que existiram, em línguas diversas.
Traziam arrepios aquando da saída dos bichinhos comedores de livros.
Era assim o sótão da minha casa.
Não era vazio.
Estava cheio de livros que contam histórias.
Histórias de mundos diferentes, mas todas com o mesmo cheiro a fantasia.
Encolhida nos recantos do meu sótão sentava-me a descobrir as maravilhas
Que estavam por detrás das capas velhas e sujas daqueles livros grandes e pesados.
Eram letras que saltavam para os meus olhos em meio à escuridão,
E, apenas com uma luz de presença, saboreava cada agregação de palavras.
Está na hora de entrar no mundo dos sonhos e reviver a infância vivida no sótão da minha casa.
Inês Lage
22/05/09