O TAMBOR DE CRIOULA é uma dança afrobrasileira que tem forte, para não dizer exclusiva, manifestação no estado do Maranhão. Naquele estado, principalmente na capital, São Luis, ainda há nos dias atuais, uma execução intensa do TAMBOR DE CRIOULA.
A principal característica coreográfica da dança é a constituição de um círculo com vários brincantes, inclusive solistas, que dançam alternadamente no centro. O folguedo é acompanhado de cantos e solos de instrumentos de percussão. Três tambores de madeira e couro, presos com cravelhas, são percutidos e friccionados. Primordialmente usava-se tambores de madeira, afunilados. Atualmente usa-se também canos de plástico e pvc. Os instrumentos obedecem a uma determinada ordem de comando: o tambor maior é chamado de "tambor grande" e é o solista. Em seguida há o "meião" ou "sucador", é o que estabelece o ritmo básico de 6/8, e o terceiro é o "crivador" ou "perengue" que realiza improvisos em 6/8, é uma espécie de auxiliar.
Após serem tocados por determinado tempo os instrumentos são postos à beira da fogueira para aquecer a afinar o couro. Os tambores são semelhantes aos utilizados nos cultos jejes, do antigo Daomé.
Cada cântigo é iniciado pelo solista e respondido por um coro composto por dezenas de pessoas (homens coreiros) ou por mulheres dançantes (também coreiras). Não se conhece bem as nuances que deram origem à dança, no entanto, nela são executados cânticos líricos relacionados ao trabalho, devoção, desafio, recordações amorrosas etc. Por isso supõe-se que o seu enredo é, de modo geral, a negação dos negros à sujeição escravocrata.
JOEL DE SÁ
21/05/2009.
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