Em um fio de prata
Se pendura a vida...
Como fera insana;
Como filha abandonada;
Como sorte mundana;
Como lembrança violada.
Por de tras de um véu de aparências
Se esconde a realidade...
Tão fosca e deturpada;
Tão pura e dolorida;
Tão frágil e acanhada;
Tão cofusa e oprimida.
Camuflada na noite
Se perde a verdade...
Com sua fala tristonha;
Com sua mente corroída;
Com sua face risonha;
Com sua presença amiga.
E a verdade,
É que realmente a vida passa...
E o fio, desgastado, se arrebenta;
E o véu, apodrecido, se rasga;
E a noite, amanhecida, não se sustenta.