O Câncer se insinua
Sob a nueza dos dentes
Os ossos doem como asas
Gastas displicentemente
Penso que perco a corrida
Ignoro os princípios e feras
Penso que penso as retas
Como oscuras quimeras
O coma comendo os olhos
Sem a pressa que se me exige
Esfinge no espelho amputada
Leoa desnasal embaraçada
Emputecida em tristes patas
Arrebata estigmas enigmáticos
Matemáticos e maus poetas
Apodreceram sob sua sombra
Alfombra de meus infartos
Partos de minhas perdas
Fendas e arrebatamentos
Sob aqueles calcanhares
Sobre Aquiles desnudos
Mudos aos amarelos mares
Fraquezas de semi-deuses
Entre cruezas de mil atreus.