Os Sete Pecados Capitais
Da soberba subiu a árvore infecta
O maior fazedor da petulância
Do mais que querer fez necessidade abjecta
Do ter mais do que ter a importância
Do avaro subi a árvore almejada
Donde divisei amargo o fruto
Do vil metal vi do adulador cravada
A marca indelével do astuto
Da luxúria o bisturi inclemente
Rasga com fúria obstinado alvo
Tudo lhe serve ele nunca o desmente
Nada há que tenha de por a salvo
Da ira impiedosa portador
Ninguém o contradiz impunemente
Quando reage fá-lo com calor
Na sua verdade muitas vezes mente
Do guloso ninguém ouse a medida
Até onde, ninguém nunca o sabe
A medida é muitas vezes desmedida
Ninguém sabe a medida que lhe cabe
Do invejoso ninguém queira a herança
É que ela é mafiosa e pestilenta
Ele tem sempre em riste a letal lança
Aguilhão que o almejado esventra
Ninguém de preguiça se acusa
Não que todo mundo é diligente
Em boa verdade muito abusa
Quem com tanto descaro mente.
Antonius