Poemas : 

ao Miguel de Castro

 
ao Miguel de Castro









subamos as escadas mas depressa

não há tempo a perder



rasga-me a carne o relógio

como o arado a terra



vamos depressa

depressa

porque é urgente subir



sabes

como no teu poema

temos vinho e cigarros

e até uns trocos trago na algibeira



se não chegarem para as putas

para que as enganemos noite adentro

e durmamos em verso no bordel

que sirvam para uns caracóis



ou então para as balas da pistola

com que rebentaremos os miolos

aos comedores de croquetes



e há tantos nisto da poesia



e no meio das metáforas

vamos

como escreveste há tanto tempo

morrer, sem glória, em qualquer luta





Xavier Zarco

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Xavier_Zarco
 
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Enviado por Tópico
arfemo
Publicado: 18/05/2009 21:44  Atualizado: 18/05/2009 21:45
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Usuário desde: 19/04/2009
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Mensagens: 4812
 Re: ao Miguel de Castro
...e eu que já não o via(o Miguel) há tanto tempo, desde que ele deixou de frequentar a Livraria Culsete (vá-se lá saber porquê, eu pelo menos não quero).

o título do poema levou-me depois à sua poesia. ainda bem, pois desconhecia, o que era uma pena. voltarei.

abraço

asedadaspalavras