O mar está bravo
Parece adivinhar minha tormenta
Fico à beira d´água,
OLHANDO A MARCA DO HORIZONTE
Pensamentos voam, como as gaivotas que ali estão entre as pedras...
Quem de nós estaria certo?
Sinto que o bucolismo toma conta de mim...
Nostalgia enfim...
Quantas vezes olhei o mar!
Quantos motivos diferentes, para contemplar...
Mas hoje vejo para sentir o vai e vém das ondas
Como é o movimento da minha vida...
Um vai e vém de sentimentos múltiplos
Mistura de alegria, tristeza, saudade, impulsos...
Essa é minha vida, que tão poucos compreendem
Diria até, que somente quatro pessoas tenham esse entendimento...
Apenas quatro, nesse mundo de meu Deus, entendem como sou...
E não me criticam, apenas entendem...
Sou alvo de muitos, mas a mim não importa, já passei por essa fase
De vaguear em pensamentos, de fazer ou não, isso ou aquilo...
Faço apenas o que minha natureza clama...
E em mim, se inflama...
Se isso é pecado, que atirem a primeira pedra...
Percebo que o mar fica mais forte...
Acho que está revolto
Como minha alma está agora...
Revoltada, descompassada...
Triste por um amor que foi apagado
Como balde de água fria...
Pelas lindas palavras, me apaixonei...
Aliás as palavras já são por si só, apaixonantes!
A poesia é minha moradia
Moro dentro dela, e por ela vivo
Sopro de vento, agora em meus cabelos...
A brisa indica que a maré vai mudar em breve
Observo as embarcações pesqueiras...
Sou como elas...
Vivo esperando...
A minha, é pelo amor verdadeiro...
Como as embarcações estão ali, à espera do pescado...
O farol agora está aceso...
Já anoitece...Tenho de ir embora...
Minha casa me espera, com a família também...
Mas os pensamentos, levo comigo
Sempre vou mais e mais além...
Levanto da areia, sacudo a kanga...
Vou pegando a bolsa, as sandálias...
Agora me despeço do amor
Como do mar, nesse momento...
Dou mais uma olhada para trás
Resquícios da nostalgia, a que me entreguei...
Vou, mas volto
Pela vontade divina
De mais vezes olhar o mar
Esperando que da próxima
Seja para me alegrar...