Eu sou chamado aborto da sociedade, o escárnio, o lixo, o podre. Sou tudo aquilo que é desprezível e imundo. Sou um marginal, ladrão e assassino...Eu roubo, eu mato...Mas não pense que é porque eu quis assim. Não! Foram os homens que me fizeram assim, porque e nunca me aceitaram, nunca me compreenderam, sempre me acusaram mesmo antes de fazer o que faço agora...Os homens me fizeram alvo e me atiraram todas as coisas ruins existentes no mundo, sem dó, sem piedade... Agora eu sou acusado de fora da lei. Está dentro da lei não dar direito de trabalho a uma pessoa apenas pelo seu aspecto físico, sua cor? Está dentro da lei castrar as possibilidades de alguém, só porque esse alguém é de classe baixa? Isso está dentro da lei? Vou te contar parte de minha história...A primeira vez que roubei, foi porque tive fome. Pedi comida, mas ninguém queria dar comida a alguém que tinha o rosto sujo pela poeira das ruas...Foi isso que me levou a roubar. Roubava para satisfazer as minhas necessidades. Era roubar ou morrer de fome. Roubei a primeira vez, a segunda e a terceira. Ganhei uma arma para garantir a minha segurança. De comida passei a roubar dinheiro... É...Assalto a mão armada!...Invadia ônibus, rendia pessoas em becos escuros, até que um dia me vi encurralado pelos chamados homens da lei...Pelo chamados homens da lei!...Aí, o negócio é matar ou morrer. E eu matei, porra!...Matei a primeira pessoa que cruzou o meu caminho e agora mato todos que cruzarem. Não! Eu não queria matar! Mas eu precisei matar...Agora sou perseguido pelos crimes que cometi. Culpa minha ou dos homens que não me deram a chance de mostrar que poderia ser alguém? Eles não me deixaram mostrar que dentro de mim existia algo de bom.
Você já sabe quem sou, e então o que acha? Vamos diga! Quem é você? O que estou fazendo aqui? Eu não lhe disse que mato todos que cruzarem meu caminho?
Neturno....