sou livre de errar
em cada tropeço
enleado no sonho
sou livre de voltar
a cada lugar peregrino
visitado em mim
sou livre de beber
um sabor a mar amargo
na espuma de um dia findo
só
sou livre de partir
na senda da vela enfunada
derivando no ocaso, incolor
sou livre
de ser uma ilusão
um erro sem solução
um rasgo sem razão
sou livre
de aceitar o desejo de mudar
e ficar sem direção
e
quando enredado
nos elos da vida
fria
torneado no rigor castro
e casto
grito em mim
sou livre
sem omissão
rui santos