Existe uma forte resistência em alguns seres humanos, entre os quais eu me incluo, em deixar de ser criança.
Ser infantil na essência é abrir a mente para sonhar, para se arriscar a viver os sonhos e lutar para torná-los realidade.
Mas, ao mesmo tempo, se arriscar e lutar não é bem característico de um ser infantil.
Talvez, as aparências infantis sejam as mais fortes, por que não há nada mais puro do que uma criança.
E ser criança, às vezes, também é lutar por um brinquedo, talvez por egoísmo ou por instinto de preservação.
Sabe-se lá.
Quem vai entender?
A criança pode até sentir medo... mas ela se arrisca.
Elas querem descobrir o encoberto.
O que eu sei, reconheço:
Sou mulher, sou criança.
Sonho, e me arrisco a viver meus sonhos.
Luto... por eles e por mim.
Posso sentir medo... mas a vontade de descobrir o encoberto é maior.
Sinto angústia, porque sou impotente diante do futuro.
Não tenho poderes de deusa, mas me sinto uma diva.
Sou musa, me inspiro.
Me seduzo, me cativo... e por fim, acabo me amando.
E se me amo, me basto só pra mim?
Não! Pelo contrário!
O amor que sinto transborda... e o excesso desse amor,
que seja recolhido na taça certa.
E eu me brindo...
E eu me sorvo.
E eu me embriago, nos meus próprios sonhos.
Nesse ponto, viro mulher e minha essência permanece.
Seja como uma, ou como outra...
insisto em ser feliz.
Cláudia Banegas