Passeava pela escura cidade
E vi vultos, capas e batinas
Bengalas, chapéus e meninas
Provindos duma faculdade
Contentes pelas tristes pielas
Gritavam e caíam por todo lado
Ecoavam seus gritos nas vielas
Cada um distinto na voz e no fado
E uma ou outra luz nas janelas
Se viam acender com brevidade
Eram os moradores daquelas
Ruas, irados pela má sonoridade
A um recôndito cotovelo da rua
Sós, desmaiavam dois avinhados
Acompanhados pela vodka crua
Dum garrafão ferrete cor de lua
Tinha por esta altura sido festa
A tão chamada queima das fitas
Em que qualquer um vi-a nesta
Uma fuga ao estado de caloiro
E onde as velozes ambulâncias
Salvam grogues da negra morte
Alongando as suas infâncias
Pelo trabalho e não pela sorte…
QUEIMA DAS FITAS (Coimbra),PRIMAVERA 2009 ...
Eternamente: Luís Camões
Eternamente Luís Camões /António Plácido