CONTRASTES
É de contrastes este mundo em que esbracejo
Mil cenários decorrem ante mim
Mil vezes quero não ver o que vejo
Fazendo perguntar-me de onde vim
Ah quantas vezes me interrogo
Qual é do meu bem-querer a ementa
Pergunto-me até quanto me arrogo
De quanto de amor estou sedenta
Deste mundo vomito a petulância
O querer sempre mais, o poder sem freio
Para quê tão vil arrogância
Se ao bom senso cabe sempre o meio
Do homem emproado a jactância
Atributo é bem pobre e senil
Basta da estultícia a militância
E tornar-se-á miserando e vil
Atentando no mundo que me cerca
Pergunto-me se está perdida a razão
Não a perca o homem não a perca
Não se limite à "grandeza" do vilão
Este tempo que se vive impiedoso
Impõe ao homem sendas de verdade
Daí ser urgente imperioso
Desbravar rotas de solidariedade
Olema