Na tua formosura, eras toda bela!
Os negros olhos fulgiam infinitos!
Fustigavam como toda a procela,
E encobriam na chuva, mil gritos!
Sorrias, um todo sorriso exposto,
Em um tão belo, sorriso-carmim!
E os risos iluminavam-te o rosto,
Que acolhia os sorrisos sem fim!
Mas a “Santa Inquisição” adveio,
Condenando tuas mágicas artes!
E aprisionando todos os anseios,
Tentou te matar, toda em partes!
E atirada na cela, assim, ficaste,
Esboçando em idéia - um navio!
E bem ao carcereiro - indagaste:
Que falta neste desenho vazio?!
Na derradeira vez que inquiriste,
Sobre o esboço - e tal conceito!
Tanto ele, respostou-te em riste:
Está - como um todo -, perfeito!
E destarte - na cela encarcerada,
Concluíste o desenho na parede!
E muito, assim - toda encantada,
Partiste para o além dentro dele!
(® tanatus - 12/05/2009)
* Poema baseado na Lenda
Da “Mulata de Córdoba”, uma
Bela feiticeira que foi encarcerada
Pela “Santa Inquisição”, pela
Prática de artes mágicas, e que,
Dentro da cela, passou a desenhar
Um navio, sempre perguntando
Ao seu carcereiro, o que faltava
Para que o navio ficasse pronto,
E este sempre respondia que faltava
Algo, e, quando, da resposta final,
Quando disse que o navio estava
Todo perfeito, a feiticeira adentrou
Ao navio e partiu para o além,
Através da suave parede...
- agradeço a Sandra Regina, de
onde tirei a citação:
“Quem crê em contos de feiticeiras,
Que comece a pintar navios nas paredes!”
e a inspiração:
http://sandraregina.multiply.com/recipes