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A Dama De Espadas

 
Por os invernos não deixarem de ser,
monocordicamente ruminava a lareira,
com exalação de vultos fluidos,
um e outro conhecido,
de antes passados,
precedências da equinocial quimera,
como longínquas brumas,
aos queixumes,
pestilências por vácua hegemonia,
escutei-os,
com íntimos desenhados da pena,
tinturas de sangue ao negro diário.

Rangido…

Por pórtico enclausurado ao casebre,
portal para o lufar da existência,
porque visitava ela tão oblívio ermo?

Calor da silenciosidade…

Intimidade travejada ao fútil…

Texturas tatuadas à sensação…

Porque suavizo brisas ao sussurro…

Por dócil semblante da virtude,
uma liquefação às brasas,
detida pena às feições da tranquilidade,
da dissipação de brumas,
delineamentos,
comtempladas silhuetas da índole,
deslumbradas ao amenizante,
corpóreos veludos ondulantes,
da cadência de hidras meditadas,
como flutuantes negros cabelos,
mediado lugar em madeixas.

Impregnação…

Por maresias entregues ao frasco,
alcoóleo para o despoletar da plenitude,
porque luminescia ela em tão soturno espírito?

Penumbra incandescente de velas…

Violino extravasado de perfume…

Fino linho acariciante de contemplação…

Porque danço ao ritmo da silenciosidade…


Por derivação de elixires,
ornato bailante,
por vertigem na valsa do excelso,
finquei a atenção,
da tontura no estático,
viajei pelas espadas,
vespertino enlace de brancura à penumbra,
molde do encanto em chama negra,
jorrados exóticos temperos dos bailantes.

Fausto.

Por afectos entregues ao ascético,
baloiço para a aurora do sentimental,
porque afagava ela tão inertes pensamentos?

Deleite de ti a mim…

Por ser seremos vultos fluidos…

Absorção dos fluxos antes passados….

Porque sou procedência da equinocial quimera…


© BM Resende
 
Autor
Bruno Miguel Resende
 
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