Por que não désseis cedo enquanto éramos
Tão crédulos, a certeza em ponto máximo
De que, a bem da verdade, estivéramos
Do ápice do amor a andar tão próximos?
Por que não ensinásseis a rica métrica
Que a vida em versos fez de forma prática,
Mas nossos olhos cegos, mentes estáticas
Não souberam apreender de modo lógico?
Perdoa-nos Pai se fomos insensíveis
E tornamos vossas pistas invisíveis,
Tendendo a dois lados como um pêndulo.
Agora por trilhas inimagináveis
Que antes eram hipóteses improváveis,
Vagueio eu, sozinho, ainda incrédulo.
Frederico Salvo