Folhas amassadas pelo chão. Um vento chega devagar pela janela e adentra meu quarto. Entra e fica.
O sol na sua trajetória de luz vai chegando ao fim da sua missão.
A lua meio tonta e pouco cheia, com sua sabedoria, sobe devagar dando espaço as estrelas.
Nessa transferência de fatos, tento começar uma poesia meio espaçosa e espontânea para entender a tua pessoa. Uma existência longe, mas perto de algum fragmento de nossas vidas.
Não sei dos seus sonhos reais e nem onde mora. Não sei dos teus amores e suas decepções flagradas pelos teus desejos. Não faço parte do teu passado. Mas o presente existe em nossas distancias. Flash de um momento.
Um nome encaixa no teu corpo inexistente para o meu olhar, que brilha ao receber instantaneamente palavras de carinho, conseqüência de uma afinidade surrupiada pela vontade única de coexistir nossos mundos.
Um curto tempo de reverencia.
A noite entra. As horas passam devagar. A poesia flui naturalmente. É como se fossemos cúmplice da nossa história. Uma relação entre o tempo e os meus pensamentos. Palavras saem das orbitas, a caneta desliza magicamente sobre o papel. Uma afinidade, um flash.
Murmuro teu nome. Como se o timbre da minha voz pudesse chegar até você em doces melodias. E no eco do vento cigano que afagou meus cabelos tento vivenciar essa hora que se perde nos minutos que antecede essa minha noite.
Há vida nesse sentimento. Há amor. Coração que pulsa e fervilha diante do teu olhar invisível. Meus sonhos se misturam com o brilho da lua.
Fito a eternidade. Algo me surpreende. Estou vulnerável. Um raio de luz no céu incendeia meu olhar como se fosse uma explosão cósmica. Sua voz retorna ao meu ouvido como um sussurro natural vindo de fontes longínquo. Vento que me segreda algo. Vento que me fala de você.
A coreografia dos meus lábios se move para sua boca. Tento sentir o infinito do teu gosto. Palavras saem de dentro. Tudo se transformam em poesia. Tudo retorna a minha alma. Vejo sonhos. Vejo seu nome e pronuncio. Tudo é mágico. Tudo um Flash desse meu momento.
Soraia