São ideias, profundas lucubrações,
convicções que não são mais que
explanações da alma de alguém que às vezes se auto contempla.
Alguém que gosta de estudar por amor ao saber,
que gosta de observar os outros porque é sensível,
que gosta de flores e animais,
porque prefere as coisas simples da vida.
Alguém que sente uma grande impotência,
ao querer abarcar todos quanto ama,
e tudo quanto queria,
mas que por sentir a sua incompletude,
é capaz de percepcionar a totalidade do que é ser mulher.
Perguntando ao tempo,
quanto tempo mais, ele lhe vai dar,
mas não pensando com temor no dia de amanhã,
não sabendo o que é a solidão,
porque se quer com Deus,
não sabendo estar parada à espera que algo lhe aconteça,
porque tem sempre muito por fazer,
porque a demanda consciente de querer ser feliz,
lhe dá o sustento da razão,
porque saber que os alicerces de toda esta sua construção estão seguros como um tesouro,
num lugar conhecido seu,
e isso lhe traz muita segurança e satisfação.
Assim está feito o retrato daquele eu,
que mora dentro de mim,
e a leitura daquilo que deixa transparecer.
Os valores e a recordação de quem muito me amou estão sempre presentes,
são as algemas com que eu própria me prendo ao Mundo onde vivo, e ao espaço em que agora estou.
Apenas a eles quero vincular eternamente o meu coração...
Os valores não são apenas ideias minhas,
são as nossas determinações.
beatriz barroso