Vou fugir desse distante
Para o perto que há em ti
Conhecer esse instante
Num poema quase pranto
De reacção quase espanto
(Quase que até dói tanto)
Se o que chega é bastante
Vou fugir do distante
Conhecer o instante
Desse perto que há em ti
Vou povoar o espaço
Do corpo nu quase pranto
Corpo nu quase espanto
Corpo nu quase cansaço
Vou povoar esse espaço
Por vontade do desejo
Vontade crua do desejo
Pelo corpo nu que vejo
Por desejo quase espanto
Por desejo quase pranto
Vou fugir desse distante
Para o perto que há em ti...
Vou fugir neste instante
Para o perto que há em ti...
E viajando pelo espaço
Desse corpo já cansaço
Chego ao fim do quase pranto
Chego ao fim do quase espanto
E conheço este poema
E sei-te pela rima
Poema de pranto
De quase espanto...
De quase pranto...
Emanuel Madalena
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