MIRAGEM
Perguntei ao mar um dia
Pela beleza que reluzia
No horizonte quando surgia
Se era miragem ou fantasia.
Se era ouro que flutuava
Ou um eldorado que boiava
Ou eu que acordado sonhava
Com essa luz que maravilhava.
Se aquilo era real
Ou eu que sentia mal
Pois tendo visão normal
Via algo sobrenatural.
Perguntei–lhe: quem fez a cor?
Esta suave mistura de amor
Que brilhava com tanto fulgor
Que extirpava do peito a dor.
Era também tão forte e silente
Pois manso, calmo e atraente,
Tocava no recôndito fundo da mente
No silêncio mais puro da gente.
Ele então me respondeu:
Que aquilo tudo que eu via
Não era sonho nem fantasia
Era o sol que dá luz, calor e alegria,
A uma Terra que os homens
Irão destruí-la um dia.