Poemas -> Tristeza : 

A Jangada

 
E assim, tão silenciosa...
Tão minha jangada!
Partiu cautelosa,
No nascer da alvorada!

Deslizando um tanto ansiosa,
Elevou-se imponente no ar!
E sobre as ondas caudalosas,
Deixou-se, destarte, levar...

E flutuando toda no mar,
Na aura que sopra encantada!
Vai enlevado o sonhar,
Na onda mais deslumbrada!

Sozinha!...E tão apaixonada!
- Ai de mim!...Tão longe!
Com suas velas hasteadas,
Alçou-se no horizonte!

Seus contornos suaves,
À sombra de um querubim...
Deixaram-me por saudades,
A dor de um triste delfim...

E sozinho, no que fomos...
Vão-se me os dias passando!
E na vastidão desses sonhos,
Vou-lhes as velas içando!

E tão triste, vai soçobrando!
Na tarde que fenece, por fim...
E nas ondas, vai afundando!
Na dor que emerge de mim...

(® tanatus – 08/01/1998)


 
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tanatus
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