Era um planalto coberto por mantos verdejantes,
Banhado por um rio de águas cristalinas, puras,
Cheio de vida e paisagens estonteantes,
Onde as variadas formas de vida, se sentiam felizes e seguras.
As flores eram abundantes,
As borboletas dançavam em seu redor.
Os raios de sol, quentes, abrilhantavam todo aquele esplendor,
E no ar,um perfume delicioso, inigualável a qualquer outro odor.
Tanta beleza!Perfeita procriação da mãe natureza.
Local preferido pelos anjos, o qual lhe apelidaram por Esperança.
Mas um dia a fonte ressequiu e o rio, lentamente, secou.
Tudo à sua volta foi esmorecendo,
O que outrora era verde ou colorido, mirrado, tombou.
O que era vivo, sem ânimo e apoderado pelo desalento, foi morrendo.
Do planalto,sobrou uma paisagem desalmada.
De terra árida e rasgada.
De tudo o que dantes espelhava magnificência e perfeição,
Não restou nada!
Apenas uma memória de outrora cravada no chão.
Os anjos, apoderados pela melancolia,
Regressavam lá, ao amanhecer, a cada dia.
Observavam estupefactos, sem acreditar.
Interrogavam-se sobre a fragilidade da vida.
Foi então que um anjo apoderado pelo pesar,
Soltou uma lágrima contida,
Uma e outra começaram a rolar.
E quando menos se esperava, estavam todos a chorar.
Choravam desenfreadamente,
Pois quem poderia ficar a tal calamidade, indiferente?
E quanto mais choravam, menor era o seu constrangimento.
Suas almas ficavam leves e seus corações aliviados.
Suas lágrimas, libertadoras de pecados,
Foram caindo na terra árida, e uma a uma,
Sementes foram germinando.
A fonte transbordando. O rio voltou a correr.
A vida foi brotando, a vegetação estava a renascer.
Os anjos, chorando, sorriram,
Invadidos por fé e confiança,
Sabiam que levaria muito tempo,
Até o planalto voltar a ser o mesmo.
Mas não tinha sido à toa,
Que o tinham apelidado de Esperança!
Nem de tudo se sabe a razão,
Ou se pode compreender,
O essencial é a aceitação,
Quando não há mais nada a fazer!
Mas se vires que há uma réstia de esperança,
Agarra-a com as duas mãos,
E luta com garra e convicção,
Liberta a tua mente e ouve o teu coração.
E se por momentos o mundo para ti cessar,
E tudo á tua volta parecer desabar,
Não te feches, solta-te, tem confiança,
Confia eu ti mesmo e não tenhas medo de chorar!
Chora…
( Vania Brasil)