Enterro-me na terra fresca, engolido pela molenga do corpo. Por minutos transcendo-me e sou o que me envolve, sou o cheiro da relva molhada misturado com o perfume que exala das plantas. Pairam e aterram as persistentes inocências, saídas de um resto aberto, bem no fim de um frasco. Tal imagem faz abrandar os pardais que antecipam a recolha, pousam em ramos de arvores, coçando o bico em impulsos do que já está mais que afiado na bordeja dos beirais. Assim sou eu, a mistura de um cheiro que se deixou verter, repousado há tantos anos, comungado pela Natureza.