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DO DESEJO

 
II

Ver-te. Tocar-te. Que fulgor de máscaras.
Que desenhos e rictus na tua cara
Como os frisos veementes dos tapetes antigos.
Que sombrio te tornas se repito
O sinuoso caminho que persigo: um desejo
Sem dono, um adorar-te vívido mas livre.
E que escura me faço se abocanhas de mim
Palavras e resíduos. Me vêm fomes
Agonias de grandes espessuras, embaçadas luas
Facas, tempestade. Ver-te. Tocar-te.
Cordura.
Crueldade.


Hilda Hilst
( 21/04/1930 — 04/02/2004)
Autores Clássicos no Luso-Poemas

 
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Hilda Hilst
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/05/2009 23:56  Atualizado: 07/05/2009 23:56
 Re: DO DESEJO
Esta Hilda, consumiu-se em vício e genialidade.
Obra singular.