não importa
que as coisas pareçam tão normais,
não importa
se o que era hediondo tornou-se banal,
não importa
se você não pode me ver,
não importa
se eu não sinto mais você,
não importa
se há sangue do outro lado da esquina,
não importa
se você magoou a menina,
não importa
se já não sabemos pensar,
não importa
se você esqueceu como era beijar.
eu permaneço meio ligada,
vou variando meu estado de espírito.
que não alcança a paz
e que foge da loucura.
é um dia a dia de puro consumo,
consome o tempo,
consome a vida,
sem construir nada de produtivo.
se não é o ócio que te faz esquecer de pensar,
não é só baiano que gosta de uma festa
e vai bunda para lá
e vem bunda para cá,
após tudo isso se acaba a paciência.
descanso debaixo de uma macieira
e uma maçã na cabeça
não me faz ter uma idéia.
perco o meu raciocínio,
não é a gravidade que me prenderá diante do declínio.
não importa se a árvore dava fruto,
não importa quem precisava dela,
com um machado alcanço a raiz
e com um golpe desapareço com a vida dela.
e não importa
o que já se passou,
não importa
se o tempo te deixou para trás,
não importa
se você não conhece o ritmo.
só se perde na vida quem não se encontra nela.
07/05/09
Amanda