E se depois de remar entre cacos perversos, a maré não virar?
Seria então do corpo desviar, de se lamentar?
Decerto da cabeça, em cacos, se refazer.
Viro o mar, ou viro eu?
Em cacos me reencontrar no mesmo mar, banhada então com outras águas e novos espelhos.
Mas a vida é esta maré! Quebra toda a água em cacos, para então ser um espelho d'água.
Entre marolas e marés, me reinvento e ressignifico, me renovo, quase me santifico
Quase, não fosse meu barco e meus remos a rumarem novamente, e sempre, ao mar.
Tá aí a graça dos tortos ventos que desviam ao mar. Quer tédio maior do que ser santo?
O do barco naufragar!
(Letícia Corrêa e Laryssa Pitanga – 04/05/09)
Letícia Corrêa