Honoráveis convidados deste juízo final
Sejam bem-vindos ao monumento da verdade
Abrem as portas aos nossos ilustres acusados
Ostentam, a meia haste, virtudes e pecados.
Mendigam por tostões aos pobres diabos
Tartamudeando o verso ao cifrão alheio
Avaliam o momento para não gastar o que é vosso
Engolindo o saber de Midas como se água se fosse.
Reais, diamantes, oiros, fortunas,
Revogam, por quaisquer trinta metais, o espírito do certo.
Tesura a quem mais precisa cuja fome é mãe podida*.
Imploram clemência aos impostos exigidos
A chorar de miséria, com abundância bem escondida.
Obscurecendo o sal ao trabalhador escravizado.
Nem Santo, nem Sorte, os puderam salvar
Sois avareza em tons aglutinados
Os ricos senhores da soberba mendicidade.
@Setúbal, 3-5-09 Batista
P de BATISTA
Nota:
Não quero entrar no calão, mas no * poderam substituir por fodida.
Outra curiosidade: uma acróstico de duas palavras encruzilhadas.