No silêncio da madrugada, desta madrugada que será a única entre tantas outras madrugadas sem nome, procuro nas sombras os rostos de mil vidas, palavras para dizer-me...
No silêncio mudo da madrugada que insiste em camuflar a dimensão solar das coisas, adormeço a dôr incendiada...
Escuto dentro do silêncio a solidão da impossibilidade, a recta infinita desta suspensão eterna...
Procuro a memória do dia, tentando resistir mais umas horas...
Procuro os meus olhos dentro do meu rosto, como se ainda fosse possível recuperar as imagens que os habitaram...
Barão de Campos
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