O índio de tênis,já não mais sabe pisar o chão
como seus pais,ou despir se de maldade e se
embelezar de ingenuidade e urucum,em volta da
fogueira restaram nem mesmo lembranças,o pajé já
usa ervas de cores e formatos recriados,a força
das ervas e dos deuses não mais podem,pois se
envelheceram com o passado.
A índia já não preocupa-se em colocar lenha no
fogo pois o fogo já não é mais como vovó,já não
existe o medo de roubar nossas almas com uma caixa
plástica que faz luz,então pousemos para uma
fotografia,pois a nossa imagem já não nos assusta,
a beleza já não é mais natural pois o aço já tomou
até mesmo nossas orelhas,o pau a pique ganhou
luz,alô...aprendemos,as palavras já não são mais
nossas são de todos,pois queremos Portugal,Cabral
conte nos o que tocou teus olhos,para que possamos
saber quem somos Brasil!
No palácio o presidente sorriu retribuirmos o
sorriso sem descobrir que nos viam inferiores,e
gritou-se:
-Queimemos índios!ops,quero dizer...
-Lutemos índios!
Pena o índio de tênis não saber que no solo há uma
vida de sentidos,e se a índia descobrisse que no
fogo luz nascíamos em noite sem sorrisos de lua
cheia,o índio de tênis quer ser monumento da selva
de pedras,pois já até mesmo brigam pelo ouro...
A verdade é que nos perdemos,e o que somos?
Os índios de tênis!