Poemas : 

O índio de tênis...

 
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O índio de tênis,já não mais sabe pisar o chão

como seus pais,ou despir se de maldade e se

embelezar de ingenuidade e urucum,em volta da

fogueira restaram nem mesmo lembranças,o pajé já

usa ervas de cores e formatos recriados,a força

das ervas e dos deuses não mais podem,pois se

envelheceram com o passado.

A índia já não preocupa-se em colocar lenha no

fogo pois o fogo já não é mais como vovó,já não

existe o medo de roubar nossas almas com uma caixa

plástica que faz luz,então pousemos para uma

fotografia,pois a nossa imagem já não nos assusta,

a beleza já não é mais natural pois o aço já tomou

até mesmo nossas orelhas,o pau a pique ganhou

luz,alô...aprendemos,as palavras já não são mais

nossas são de todos,pois queremos Portugal,Cabral

conte nos o que tocou teus olhos,para que possamos

saber quem somos Brasil!

No palácio o presidente sorriu retribuirmos o

sorriso sem descobrir que nos viam inferiores,e

gritou-se:

-Queimemos índios!ops,quero dizer...

-Lutemos índios!

Pena o índio de tênis não saber que no solo há uma

vida de sentidos,e se a índia descobrisse que no

fogo luz nascíamos em noite sem sorrisos de lua

cheia,o índio de tênis quer ser monumento da selva

de pedras,pois já até mesmo brigam pelo ouro...

A verdade é que nos perdemos,e o que somos?

Os índios de tênis!



Dimartins...

 
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caminhos-vidas
 
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