Diluí o verso eloquente da ternura
E nas mãos ficaram as gotas de tinta
As gotas de água, as lágrimas que sobraram
Do saco de lágrimas que chorei
E me choraram...
Dissipei as nuvens tempestuosas em surdina
E as árvores agitaram densos ramos na neblina
E nos dedos, e nas unhas, e no corpo todo...
Adormeceram as fagulhas de um fogo ardente que cessou
Além do sonho...
Às vezes num instante de reflexão
Pergunto-me, indago as minhas dúvidas ao infinito
Será que somos nós que choramos
Que carpimos dolentemente a dor sentida em vão
Ou seremos somente, apenas nós
As lágrimas choradas... que jazem como lagos... no chão...?
Pedro Campos.
Pedro Campos.