I
Sentimento – revolta
Sentimento – tristeza
Sentimento – de ser órfão
de não saber quem sou...
Como é que EU
Tendo pai, mãe, irmão,
Posso sentir este estado
De revolta com o Mundo?
Ora a sociedade já EU tinha entendido
Mas com o meio do conhecer
É primeira vez que me revolto.
Como podem eles dizer o que é e o que não é uma entidade
Quem são eles para dizer que o Inferno não é estado de ser inspirado
Mas mera desilusão nocturna
Em espaço vazio, escuro e negro?
Nove é sem dúvida uma boa medida
Dez também o era
A Doze, à dúzia já não era mais barato?
Mas OITO??? E um ANÃO???
À NÃO!!! Isto não é a Branca de Neve...
Como podem ELES dizer o que é e o que não é!
Se gira em torno
Ou se gira em destrono!
Fá-lo sentir,
NÃO?!? Fá-lo transformar
Em algo que supostamente
É!!! e que agora deixa de sê-lo!!!
Mudança sim é importante
Espírito de inovação também
Mas definir que X é anão
E que X para a frente não é nada
E nada sendo anões
Não faz sentido nenhum!!!
Um sistema não é finito
É sempre infinito
Percorre em linha recta
Ou num plano sempre em expansão.
BASTA DE RETIRAR!!! CARAMBA.
Não sabem redenominar!!!
É tão simples como 1, 2, 3...
II
Pobre Perséfone
Já não bastava estar trancada três meses
Nos paraísos da Terra
Agora deixa de ter esposo
Deixa de ter sentido
O motivo de ser mistério
Sim... e de ser sexual...
Filhos de latas
Filhos de coração sem emoção
Não gostam de ti
Já vistes!!!
Não lhe fizestes nada
Bem pelo contrário
Deste-lhes oportunidades
Para dar novas fronteiras ao verso...
Tu, eras... NÃO, ÉS!!!
Aquele que avisa
Daqui se passarás
Entrarás noutro reino
E aqueles que vierem, que venham em pax.
Com isto quem fica a ganhar é teu irmão
Mais mar do que mistério
Mais sonho do que sexo
Mais sentimentos oníricos do que novas experiências que nos abram o espírito.
É barrar o curso
É retirar um pé, um braço,
É nos tirar o PLUTÃO
sem coração...
Fico triste
Fico REVOLTADO
Fico sem reacção
Fico sem regente
Sinto-me que nem um órfão de pai e mãe
Sinto-me impossível de saber que já não sou!!!
III
Ao centro eis o EU – Terra
A Norte de onde eu vim – Lua
A Sul quem eu sou – Sol
Na ponta do pentagrama do Norte
Vira-se mais quatro:
A razão – Mercúrio
O amor – Vénus
A vontade – Marte
A lei e a sabedoria – Júpiter
Com a ponta do pentagrama do Sul
Vemos: a morte e a mudança – Saturno
a transformação – Úrano
o espírito e o sonho – Neptuno
o inconsciente e a visão futura – Plutão.
Se eliminar-mos o nosso inconsciente e a visão para o futuro,
Não perdemos também a nossa identidade???
IV
O guerreiro voltou a residir em nós
É provável que o punhal esteja enferrujado
Deixei de poder dizer quem sou
Sinto-me em parte despido...
Para todo o sempre
Longe ou perto, cá te espero
Unido em mim
Travarei todas as batalhas futuras
Assim, de elmo posto e de espada erguida
Orgulhosamente afirmo:
“Eis teu guerreiro de corpo e espírito!”
V
Como fora capaz
Como???
Saber é poder
Queimar o conhecimento é desfazer a cultura.
Não serei capaz de dizê-lo.
Pois para mim serás sempre.
PLUTÃO, o guardião para o futuro
PLUTÃO aquele que guarda o inconsciente
PLUTÃO o nono do nosso Sol!!!
VI
Eles dizem que agora só são oito
E eu defendo que são NOVE para mais infinito.
A partir do SOL, passando pela nossa LUA:
Mércurio, Vénus, Terra, Marte,
Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno... E PLUTÃO!!!
E lá ao longe, eis a discórdia da revolta: Éris!
@Setúbal, 24-8-2008
P de BATISTA
Ápos a decisão dos Astronomos, na definição de como definir entre um planeta e um planeta anão, em baixar Plutão para a categoria de Planeta Anão.
Já era tempo em faze-lo sair do baú.