Santos Almeida:
"Numa casa sem tecto os sonhos vão mais longe"
Andraz:
"Quem sonha voa alto, quem não sonha perdeu as asas"
Santos Almeida:
"Quem sonhou muito alto amanhã perde as asas"
Andraz:
"Quem sonha nunca vive o amanhã, é eternamente hoje"
Santos Almeida:
"Quem nunca sonha vive eternamente no passado"
Andraz:
"Todo o ser humano sonha, estar vivo é sonhar, porque sonhar é ter asas, viver é voar"
Santos Almeida:
"Em todo o sonho o nada se distingue"
Andraz:
"O nada não se distingue, porque tudo é o nada"
Santos Almeida:
"Nem tudo sonha e o nada não tem asas"
Andraz:
"As asas do sonho são feitas do nada, este não voa porque é o próprio voar"
Santos Almeida:
"Separa-se o nada do sonho, fica a vontade"
Andraz:
"A vontade de sonhar nunca morre, porque nunca nasceu"
Santos Almeida:
"O sonhar é uma constante. também o são as vontades"
Andraz:
"Constante é a vida, que é vontade, vontade de sonhar"
Santos Almeida:
"Constantemente se ouvem as vontades"
Andraz:
"Ouve-se constantemente o sonho da vontade de sonhar"
Santos Almeida:
"Os sonhos só se ouvem acordados"
Andraz:
"Os que sonhos que não ouvimos acordados despertam apenas quando morremos"
Santos Almeida:
"Quando se morre a vontade despede-se"
Andraz:
"Não há despedidas, o que morre nasceu, a vontade nunca foi dada à luz, ela é o sol que ilumina a noite"
Santos Almeida:
"Belas palavras, sem efeito no corpo"
Andraz:
"O corpo nasceu, morrerá, que tens tu a ver com isso?"
Santos Almeida:
"O meu corpo tem tudo a ver"
Andraz:
"Tem tudo a ver, mas o que se vê não é o que o vê nem o que é visto"
Santos Almeida:
"O ser visto não vê a sua própria vontade"
Andraz:
"Vontades, vontades, para quê esse lixo se és já o destino de toda e qualquer vontade?"
Santos Almeida:
"Nem todas as vontades são descobertas e destinadas a um ver"
Andraz:
"Vontade de quê?, ver o quê?, és o todo que vê, o todo que anseia pelo nada que é já"
Santos Almeida:
"Destinadas a um ver que somos todos nós, esse ver é cego"
Andraz:
"Cegueira é só a daquele que imagina ver pelos dois olhos que tem por debaixo da testa"
Santos Almeida:
"A cegueira é produto da realidade não tocada"
Andraz:
"Se tu és a realidade, que poderá ser deixado intocado?"
Santos Almeida:
"Eu sou a realidade mais cega"
Andraz:
"Existe uma apenas, não existem mais nem menos, a que tu és, sou eu"
Santos Almeida:
"A mesma realidade, vividas diferentemente"
Andraz:
"A diferença é sonhada, acordados somos todos iguais"
Santos Almeida:
"Acordados somos todos cegos"
Andraz:
"Acordados somos todos cegos para a diferença do sonho"
Santos Almeida:
"Nos sonhos, todos os cegos acordam"
Andraz:
"Nos sonhos acordar ou não é indiferente"
Santos Almeida:
"Nos sonhos nada existe"
Andraz:
"Esse nada existe também quando estamos acordados"
Santos Almeida:
"Um nada Desperto para os outros, não para si mesmo"
Andraz:
"Ele é tudo, como poderia despertar para si?"
Santos Almeida:
"As possibilidades são infinitas, basta sonhar"
Não precisas de responder às tuas questões. Precisas é de questionar as tuas respostas.