A alma é o que move o corpo.
O equilibrio que se procura
do todo feito de partes.
Amo e desejo, amando-te...
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Quando o corpo carrega a alma
essa desvanece-se através dele,
assumindo vida própria.
E a alma, desata, impele, desatina,
objectivando desejos incontidos.
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Desejos fundados num sentir seguro
e que se libertam na certeza de palavras cruzadas, mergulhantes, penetrantes...
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A água esvai-se, gota a gota, lentamente,
sobre corpos entrelaçados num desejo comum. Mergulhados.
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Por vezes pele com pele,
por vezes trocando partes,
por vezes um entrelaçado no tempo
quando o espaço é farto.
E sempre, sempre, sentir a falta de quem se ama. Beijo em ti, na tua plenitude...
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Perdida na lentidão das palavras cruzadas
que ficam aquém das sensações,
o prazer de estar
sustém a impaciência dos dedos
que se obrigam a deslizar
numa outra cadência.
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Gota a gota, se faz o rio
que transborda e forma o mar...
gotas do mesmo mar, somos.
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