[b]PROCURA-SE UM AMIGO
Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter coração,
Basta saber amar...
Precisa saber falar e cala-se ao mesmo tempo,
Sobretudo saber ouvir...
Tem que gostar de poesias, da lua, do sol, da madrugada,
Dos pássaros...
Do canto do vento e do murmúrio da brisa da manha...
Deve ter amor, um grande amor, deve amar o próximo e respeitar
A dor que todos os passantes levam consigo...
Deve guardar segredos sem se sacrificar...
Não e preciso que seja de primeira mão,
Pode já ter sido enganado...
Não é preciso que seja puro, mas nem de todo impuro,
Também não deve ser vulgar...
Deve ter um ideal e medo de perdê-lo,
No caso de assim for, deve sentir o grande vácuo que isso deixa...
Procura-se um amigo, para gostar das mesmas coisas,
E que se comova ao ser chamado de amigo...
Que saiba conversar sobre coisas simples, de orvalhos,
De grandes chuvas e das recordações de infância...
Deve gostar de ruas desertas, de poças d’água e
De caminhos molhados...
Beira de estrada, de mato depois da chuva e de deitar no capim...
Precisa de um amigo que diga que vale a pena viver...
Não porque a vida é bela, mas sim, porque se tem um amigo...
Precisa-se de um amigo para se parar de chorar...
Para não viver debruçado no passado,
Em busca de memórias perdidas...
Procura-se um amigo que nos bata no ombro,
Sorrindo ou chorando...
Mas que nos chame de amigo...
Precisa-se de um amigo para se ter a consciência
De que ainda se vive, e que ainda se ama alguém
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