A noite numa morosa cadencia lentamente cai
E encontra-me como insólito sozinho,
Por entre as luzes baixas da falta de carinho
Onde até a alegria diluída em suspiros se esvai…
Saio á rua, a duvida sempre em mim recai!
Ansioso tento ler indicações num pergaminho,
Mas não encontro o pretendido caminho
Para seguir por onde a alegria vai…
E é assim que a solidão me oferece seu açoite,
Dádiva de um fado triste à espera que pernoite
Nas linhas do destino a minha poesia…
Talvez seja sina, maldosa e esguia,
Que me faz sentir o negro da noite,
Até na mais pura clareza do dia…
Paulo Alves