Afastam-se as pedras, à medida que avançamos.
A aspereza do caminho caleja os pés nus.
És pássaro livre para voar com asas próprias.
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Gosto da divindade
faz-me olhar o céu
mas os pés desnudos, no chão
mostram-me a realidade.
Quem nasceu para voar
não consegue engatinhar
ou voar em asas alheias.
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As tuas estão mesmo aí...
olha para elas...
a pedirem que as encontres
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Faz tanto tempo e não sei onde ficaram. Transparentes, invisíveis...
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Asas transparentes, asa leves
indicadas para quem vai voar
depois de ganhar balanço sobre pedras e buracos.
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Voluteiam asas imaginárias
apoiadas num sentir nosso...
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