Olho para as estrelas e tento encontrar-te. Hoje deverias ser a estela que mais brilha. Hoje o mundo ficou a perder, e a constelação a ganhar. Hoje tu partiste…
Pensar que tantas vezes olhei para o céu durante a noite, acreditando que cada estrela que se encontrava no céu, tinha sido, outrora, alguém que deixou um coração de rastos. Agora, no mesmo lugar das outras noites, choro por me teres deixado o coração de rastos e continuo à espera de acordar, desejando que esta noite, cintilante de estrelas – em que uma delas és tu, passe de um sonho, ou melhor, de um terrível pesadelo.
Não consigo acordar, ou será preferível dizer que não consigo adormecer? Isto é bem real, a dor que me aperta o coração, as lágrimas que escorrem pelo meu rosto são reais. Demasiado reais. O pior de todas as realidades com que me confronto é saber, mesmo tentando não acreditar, é que tu, que me davas tudo e nada, que me fazias ser melhor, com as tuas críticas construtivas, que me ouvias e, mesmo não compreendendo, não me censuravas, já não estás aqui, como pessoa, como humano. Mas o teu espírito continua ao pé de mim, ou melhor, em mim, tu fazes parte de mim.
Se eu pudesse roubar uma estrela, se eu te pudesse roubar, eu não te roubaria. És demasiado importante, demasiado essencial para o universo. Além do mais, como é que eu posso roubar algo que já tenho, que no fundo sempre tive, mesmo sem o saber.
MarisaF.