Poemas : 

«« Quando ««

 
Sempre que penso no que tenho
Insensível abandono
Nada mais é que lenho
Silvado de campo remoto

Quando penso no que sou
Película, invisível, descrente
Perco-me naquilo que dou
Sepulcro de quem quer ser gente

Quando penso no que quero
Guardo no peito a revolta
Porque será que espero
Que a vida não seja torta

Quando penso no que fui
Gaiata abraçando a lida
Não lamento o que não fui
Mulher de fútil tingida

Girassol ao abandono
Em ceara de urtigas
Podem crer, não me envergonho
Da cor com que estou vestida

Antónia RuivoOpen in new window


Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...

 
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Antónia Ruivo
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 27/04/2009 10:10  Atualizado: 27/04/2009 10:10
 Re: «« Quando ««
Gostei imenso deste teu poema Antonia,

destaco a seguinte quadra;

"Quando penso no que fui
Gaiata abraçando a lida
Não lamento o que não fui
Mulher de fútil tingida "


Beijinho


Luisa Raposo


Enviado por Tópico
Renata
Publicado: 27/04/2009 10:14  Atualizado: 27/04/2009 10:14
Super Participativo
Usuário desde: 14/02/2009
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Mensagens: 138
 Re: «« Quando ««
Destacaria neste seu poema esta quadra

"Girassol ao abandono
Em ceara de urtigas
Podem crer, não me envergonho
Da cor com que estou vestida"